Estudo da CBIC revela características, aspirações e desafios dos profissionais da construção civil, destacando sua importância na economia nacional
Matéria publicada originalmente por Agência CBIC
Em dezembro de 2024, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) divulgou um estudo abrangente sobre o perfil do trabalhador da construção civil no Brasil.
A pesquisa, realizada com 2.000 profissionais de diversas regiões do país, reforça a importância do setor como grande empregador e motor da economia, além de trazer insights sobre as características demográficas, motivações e aspirações dos trabalhadores.
Predominância de experiência e salários no setor
O levantamento destaca a experiência sólida entre os profissionais: 60% possuem mais de uma década de atuação na construção civil, evidenciando a estabilidade e a continuidade nas carreiras. Em termos de remuneração, 61% dos entrevistados têm ganhos entre 1 e 2 salários mínimos. A maioria está empregada na construção de edifícios residenciais (74,8%), um segmento que segue impulsionando a geração de empregos no setor.
Satisfação e motivação em alta
O estudo apontou um elevado índice de satisfação no trabalho: 85% dos profissionais afirmaram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com suas funções. A paixão pelo trabalho foi o principal motivo para permanecer na área, citado por 37% dos entrevistados, seguido pela valorização do ambiente de trabalho (20,4%) e pelas perspectivas de crescimento profissional (19,9%).
Entre os trabalhadores mais jovens, com menos de 20 anos, a busca por crescimento profissional é a maior motivação, representando 47% das respostas. Já entre os mais experientes, acima de 50 anos, o gosto pela profissão foi apontado como o principal fator de satisfação, com 63% das menções.
Capacitação: o futuro da mão de obra
A qualificação profissional se mostrou uma prioridade para muitos trabalhadores. Apesar de grande parte aprender na prática, 71% manifestaram interesse em cursos de qualificação. Entre eles, 40% preferem capacitações de longa duração (mais de 80 horas) e 36% optam por cursos de duração média (entre 20 e 80 horas).
As áreas mais buscadas para qualificação incluem técnicas operacionais (30%), eletrotécnica e automação (25%) e segurança do trabalho (12%). Esses dados refletem a dedicação dos profissionais em se adaptar às inovações tecnológicas que estão transformando os canteiros de obras.
Participação feminina na construção civil
As mulheres, embora ainda representem uma parcela pequena (2,5%) do setor, vêm ganhando espaço, especialmente no Centro-Oeste, onde a participação feminina chega a 5,6%. O estudo revelou que 63% dos entrevistados acreditam que o ambiente de trabalho oferece tratamento respeitoso às mulheres, reforçando a importância de ações voltadas para a inclusão e valorização feminina no setor.
Os principais desafios enfrentados pelas mulheres incluem a busca por oportunidades de crescimento profissional e a superação de barreiras culturais. Apesar disso, elas seguem demonstrando seu impacto positivo na construção civil.
Satisfação regional em destaque
A análise regional mostrou que o Norte lidera com o maior percentual de trabalhadores muito satisfeitos (40%), seguido pelo Centro-Oeste (36%). No Sul, Curitiba se destacou com 91% dos trabalhadores declarando-se satisfeitos ou muito satisfeitos com suas funções.
Os dados ressaltam a relevância do trabalhador da construção civil para o desenvolvimento econômico do Brasil. A CBIC enfatiza a necessidade de investir continuamente na qualificação da mão de obra, promover inclusão e valorizar a experiência dos profissionais, garantindo que o setor continue a ser um dos pilares da economia nacional.