Apesar da desaceleração nas contratações, o mercado de trabalho na construção segue relevante, com destaque para Edificações e Serviços Especializados
Matéria publicada originalmente por Sinduscon-SP – O mercado de trabalho na construção no Brasil mantém saldo positivo em 2024, embora tenha apresentado uma leve desaceleração em relação ao ano anterior. Até setembro, foram criados 231,3 mil postos de trabalho formais no setor, o que representa uma queda de 4,6% na comparação com o mesmo período de 2023. Apesar disso, a construção ainda responde por 11,7% do saldo líquido total de contratações no país.
No contexto geral, a economia brasileira gerou 1,9 milhão de empregos formais até setembro, um crescimento de 24% em relação ao ano anterior. Entre os setores, o destaque foi o de Serviços, impulsionado pelo consumo das famílias, e a indústria de transformação, que registrou um aumento de 82% no saldo de contratações.
Já no mercado de trabalho da construção, a redução no ritmo de contratações está diretamente ligada ao segmento de Infraestrutura, que foi impactado pelo término do ciclo de obras relacionadas às eleições municipais. Por outro lado, os segmentos de Edificações e Serviços Especializados continuam mostrando força, com alta demanda por mão de obra qualificada.
No estado de São Paulo, o saldo líquido anual foi de 47,3 mil postos, uma queda de 21% em comparação a 2023. Essa diminuição reflete, principalmente, uma redução de 77% nos empregos gerados pela infraestrutura. No entanto, o número total de trabalhadores no setor ainda cresce, alcançando 779,2 mil em setembro, embora em ritmo mais lento.
A capital paulista foi a mais impactada, registrando saldo negativo no segmento de Infraestrutura. Edificações mostram sinais de desaceleração, enquanto os Serviços Especializados, como Obras de Acabamento, continuam aquecidos devido ao avanço de projetos em fase final.
Por outro lado, o ciclo de novos negócios segue forte. Segundo a Pesquisa de Mercado do Secovi-SP, houve um aumento de 33% nas unidades vendidas na cidade até setembro, em comparação com o mesmo período de 2023. Isso indica o início de novas obras e possíveis impactos positivos no mercado de trabalho da construção nos próximos meses.