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Outubro Rosa expõe uma questão invisível: onde estão as mulheres da construção?

  • Foto do escritor: Blog do Jobs
    Blog do Jobs
  • 1 de out.
  • 2 min de leitura

Outubro chega e, junto com ele, um lembrete que vai muito além do diagnóstico precoce do câncer de mama. Falar de saúde da mulher é falar de bem-estar, de inclusão no mercado de trabalho e de um setor que ainda precisa evoluir muito para garantir espaço e qualidade de vida para elas: a construção civil.


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O câncer de mama continua sendo a principal causa de morte por câncer entre mulheres no Brasil. Segundo o INCA, a estimativa é de 74 mil novos casos por ano até 2025. A campanha Outubro Rosa nasceu para alertar sobre prevenção e diagnóstico precoce, mas hoje o movimento ganhou novas camadas: saúde física, mental, reprodutiva e ocupacional.


No mercado de trabalho, um dado chama atenção: as mulheres representam apenas 10% da força de trabalho da construção civil, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Dessas, a maioria atua em funções administrativas ou de apoio, e não diretamente no canteiro.


Falar sobre a saúde da mulher na construção civil é olhar para além do exame clínico. É reconhecer que:

  • Muitas mulheres conciliam a rotina pesada de trabalho com a dupla jornada em casa, o que afeta saúde mental e física.

  • O ambiente da construção, ainda marcado pelo predomínio masculino, pode gerar barreiras emocionais e sociais para a permanência delas.

  • Faltam políticas consistentes de apoio à maternidade, saúde reprodutiva e menopausa, fases que impactam diretamente a carreira feminina.


O resultado? Talentos que poderiam estar liderando obras, projetos e equipes acabam deixando o setor ou não enxergam nele um futuro viável.


Um setor que também precisa se repensar


A construção civil brasileira sofre com o apagão de mão de obra qualificada. Ao mesmo tempo, mantém subaproveitado um contingente enorme de profissionais mulheres. A equação é clara: enquanto não houver ambiente seguro, saudável e inclusivo, a saúde da mulher será também um problema de gestão.


Hoje, algumas empresas já começam a abrir trilhas de mudança:

  • Programas de acolhimento psicológico em canteiros.

  • Planos de saúde mais abrangentes para check-ups femininos.

  • Projetos de capacitação que inserem mais mulheres em funções técnicas e de liderança.


Mas ainda é pouco diante da urgência.


O Outubro Rosa nos lembra que cuidar da saúde da mulher não é só sobre campanhas de prevenção. É sobre criar um setor onde elas tenham espaço para crescer sem abrir mão de sua saúde e qualidade de vida.


É sobre debater como a construção civil pode ser mais humana, acolhedora e diversa. E, principalmente, sobre entender que a saúde da mulher não é uma pauta isolada, mas parte da sustentabilidade e da produtividade do setor.


A construção civil está acostumada a lidar com concreto, mas talvez o maior desafio seja aprender a lidar com aquilo que não se vê — as dores silenciosas que afastam mulheres talentosas do setor. Outubro é um convite para abrir esse debate.

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