Com o apagão de mão de obra, a construção redescobre a força dos 60+
- Blog do Jobs

- 2 de set.
- 2 min de leitura
Com a escassez de mão de obra qualificada e o envelhecimento da população, pequenas e médias empresas da construção estão recorrendo à experiência de profissionais 60+. O que antes era exceção virou solução — e talvez o início de uma nova mentalidade no setor.

O número de brasileiros com mais de 60 anos no mercado de trabalho saltou de 5,1 milhões para 8,6 milhões entre 2012 e 2024. Um avanço de quase 70% que escancara um novo cenário: com o custo de vida nas alturas, aposentadoria virou complemento de renda e muitos idosos estão voltando à ativa.
A surpresa? O canteiro de obras é um dos principais destinos. Segundo a FGV/Ibre, 21,2% dos novos ocupados acima de 60 anos neste ano atuam em áreas como construção civil e mecânica. Em cursos de capacitação técnica, 30% dos alunos já têm mais de 60, segundo relatos de profissionais do setor.
Enquanto isso, a construção civil sofre com um apagão de mão de obra. Jovens estão migrando para o digital ou saindo do país. O número de formandos em engenharia caiu. Profissionais experientes deixaram o setor na pandemia e não voltaram. Obras atrasam, equipes ficam instáveis e os custos aumentam. É nesse vazio que a geração prateada está sendo absorvida — não como exceção, mas como resposta real a uma crise estrutural.
Só que ainda existe resistência. Uma pesquisa da Catho revelou que 61% das empresas não têm políticas para inclusão de profissionais acima de 50 anos. E 40% dos gestores admitem ter preconceito com a contratação de pessoas mais velhas. Ou seja, experiência existe, mas o mercado ainda insiste em tratá-la como algo que precisa "dar lugar".
A realidade impõe outra lógica. O setor está envelhecendo junto com o país. Até 2040, mais de 30% da população brasileira terá mais de 60 anos. Então por que ainda contratamos como se todos tivessem 25?
Seja no canteiro, na liderança ou na formação de novos profissionais, o trabalhador 60+ pode ser o elo que faltava para manter o setor funcionando enquanto se forma uma nova geração. Pequenas e médias empresas, com estruturas mais ágeis, têm tudo para liderar essa mudança.
Mais do que mão de obra, a geração prateada carrega método, história e consistência. Não veio para tapar buraco. Veio para mostrar que ainda dá conta de construir.
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