Dezembro Laranja: por que a construção civil precisa levar esse tema mais a sério do que nunca
- Blog do Jobs
- há 2 horas
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O verão chegou com força e, junto com ele, um alerta que não pode mais ser ignorado no setor da construção civil: a prevenção ao câncer de pele. No canteiro, onde o sol acompanha a jornada de trabalho, o risco é maior, a exposição é contínua e o impacto na saúde dos profissionais é direto.

O Dezembro Laranja, campanha nacional de conscientização criada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), reforça a urgência de olhar para esse tema com responsabilidade — e, principalmente, com ação.
E quando falamos de construção civil, isso deixa de ser apenas uma pauta de saúde e passa a ser também uma pauta de gestão, produtividade e segurança.
Segundo a SBD, o câncer de pele representa cerca de 33% de todos os diagnósticos de câncer no país, com mais de 185 mil novos casos por ano.
E adivinha quem está entre os grupos mais vulneráveis?
Trabalhadores que atuam ao ar livre
Profissionais que enfrentam exposição solar prolongada
Pessoas que passam anos acumulando radiação sem proteção adequada
Ou seja: o coração da mão de obra da construção civil.
O setor ainda enfrenta uma realidade conhecida por todos: jornadas amplas, calor excessivo, pouca sombra e necessidade de produção contínua — combinação que exige atenção redobrada.
Em muitas obras, o sol é visto como um elemento inevitável.
Mas o que muita gente ainda não percebe é que radiação UV é um risco ocupacional tão sério quanto quedas, ruído excessivo ou contato com produtos químicos.
A radiação solar pode causar:
Câncer de pele (melanoma e não melanoma)
Envelhecimento precoce da pele
Queimaduras
Ressecamento extremo
Dor, ardência e perda de sensibilidade
Lesões que, sem cuidado, podem evoluir para problemas graves
E o impacto não é só na saúde: trabalhadores que sofrem com queimaduras, tontura, insolação e desidratação produzem menos, faltam mais e têm menor resistência física ao longo da jornada.
Gestão moderna sabe: saúde e segurança não são custo — são produtividade.
A boa notícia é que a prevenção é simples.
A NR-21 e a NR-6 já preveem medidas para proteção contra intempéries e fornecimento de EPIs adequados.
A gestão da obra pode (e deve) garantir:
1. Protetor solar como EPI
Sim, o protetor pode ser tratado como EPI.O ideal é que seja FPS 30 ou mais, resistente ao suor e reaplicado a cada 2 horas.
2. Chapéu árabe e vestimentas adequadas
Chapéu com proteção para nuca, óculos com filtro UV e uniformes de tecidos leves e claros ajudam a reduzir a incidência direta do sol.
3. Hidratação constante
Água potável, gelada e disponível.A cada 20–30 minutos, pausas rápidas para reidratar evitam tonturas, queda de pressão e insolação.
4. Planejamento inteligente da produção
Sempre que possível, atividades mais pesadas devem fugir do horário entre 10h e 16h, faixa de maior radiação.
5. Sombra e pausas estrategicamente posicionadas
Áreas cobertas reduzem a temperatura corporal e diminuem riscos imediatos.
6. Treinamento e comunicação clara
A equipe precisa entender por que essas medidas salvam vidas.Diálogos de segurança, DDS temáticos e reforço visual fazem diferença.
Além de proteger vidas, as medidas reduzem:
afastamentos
acidentes por exaustão
queda de desempenho
rotatividade
custos médicos e previdenciários
E aumentam:
produtividade
conforto térmico
engajamento
retenção da equipe
responsabilidade social da empresa
Em um momento em que ESG e bem-estar são cada vez mais cobrados por clientes e investidores, empresas que cuidam de seus profissionais saem na frente.
A mensagem do Dezembro Laranja para o setor é simples
Sol é ferramenta, mas não precisa ser inimigo.
E saúde é ativo — não detalhe.
Proteger quem faz a obra acontecer é obrigação legal, humana e estratégica.
Se cada gestor, engenheiro, técnico de segurança e líder de equipe fizer sua parte, evitamos doenças graves e fortalecemos a cultura de segurança que o setor tanto precisa.