Metade das demissões em 2024 foram por comportamento. O que isso revela sobre o mercado (e sobre sua empresa)?
- Blog do Jobs

- 12 de ago.
- 3 min de leitura
Uma pesquisa nacional revelou que 50% das demissões no ano passado aconteceram por falhas comportamentais. O dado acende um alerta importante: o profissional que não sabe conviver, não se mantém. E as empresas que não sabem lidar com isso, perdem ainda mais.

Quando se fala em desligamentos no mercado de trabalho, muita gente ainda associa o fim do vínculo a três causas clássicas: desempenho técnico ruim, contenção de despesas ou reestruturações internas.
Mas os dados de 2024 estão mostrando outra realidade.
Segundo uma pesquisa recente da PUCPR Carreiras, setor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 50% das demissões neste ano aconteceram por motivos comportamentais. Automação e redução de custos ficaram empatadas em segundo lugar, com 25% cada.
Ou seja, o que está tirando pessoas das empresas não é a falta de capacidade técnica. É a falta de preparo emocional, dificuldade de convivência, má comunicação, postura negativa no time.
Isso serve de alerta para profissionais e para empresas.
A coordenadora do PUCPR Carreiras, Luciana Mariano, foi direta. Atitudes negativas dentro das equipes causam conflitos, reduzem a produtividade e contribuem para a perda de talentos.
O impacto de um colaborador com bom currículo, mas sem equilíbrio emocional, é mais grave do que parece. Ambientes se tornam hostis. Bons profissionais se desmotivam. A liderança se sobrecarrega. E os resultados desaparecem.
Empresas que evitam enfrentar o problema acumulam frustrações silenciosas. Quando o desligamento finalmente acontece, o dano já foi feito.
As habilidades mais valorizadas em 2024
A pesquisa também listou as competências comportamentais mais buscadas pelas empresas neste ano:
Comunicação oral – 11,46%
Planejamento – 10,73%
Solução de problemas – 10,18%
Gestão de conflitos – 7,51%
Comunicação escrita – 7,42%
Em 2021, o foco era solução de problemas, especialmente por conta do cenário da pandemia. Agora, o peso maior está na forma como as pessoas se relacionam, planejam e se expressam.
O mercado quer profissionais que saibam trabalhar com os outros. Saber fazer é importante, mas saber conviver virou essencial.
Na construção civil, onde a pressão por resultados e prazos é alta, os efeitos da falta de habilidades comportamentais são ainda mais visíveis.
Quantas equipes estão travadas por conta de conflitos mal resolvidos?
Quantos líderes com perfil técnico foram promovidos sem preparo para liderar pessoas?
Quantos desligamentos poderiam ter sido evitados com feedbacks bem dados, escuta ativa ou um ambiente minimamente seguro?
Se as empresas continuam tratando comportamento como detalhe, vão continuar pagando caro por isso.
E os profissionais? Estão se preparando?
A pesquisa também mostra um dado animador. Cerca de 76% dos entrevistados afirmaram estar investindo em novos conhecimentos.
Além disso, 16% das empresas priorizam quem demonstra interesse genuíno em se atualizar.
O profissional que espera a empresa desenvolver tudo para ele está ficando para trás.
Quem busca aprender, se adaptar e se desenvolver por conta própria, segue na frente.
O que o RH da construção precisa fazer agora
Incluir critérios comportamentais no processo seletivo
Criar programas reais de desenvolvimento humano
Dar visibilidade às competências não técnicas
Investir em líderes que saibam conduzir equipes com equilíbrio
Medir clima, promover escuta e cultivar ambientes saudáveis
A construção civil não pode mais operar como se o técnico fosse o único pilar. O que derruba — ou sustenta — os resultados são as pessoas e a forma como elas se relacionam no dia a dia.
No LigaJobs, ajudamos empresas da construção a contratar com mais estratégia e desenvolver pessoas com foco em resultados sustentáveis.
Se você quer reduzir desligamentos, fortalecer sua equipe e criar um ambiente onde as pessoas realmente queiram ficar, fale com a gente.